quarta-feira, 8 de maio de 2013

PRETO


Um dia nos teus olhos
Vi a luz que iluminava meus passos
Como um sussurro ao vento
Tão leve quanto o proprio ar,
Me levava sem direção,
Sem pretenção
Eu era você e você era eu.
Mas,
Nas curvas turvas de um ultrajante destino
Me vi as cegas sem teus braços nos meus
Tua voz doce, macia e distante
Se mostrava intocável.
Mas como?
Tuas palavras eram como escudos
Como um farol, como um porto seguro
E os teus braços,
Como um muro que me separava do que era real,
Que me acalmava,
Que me libertava das humanas quiméras.
Mas teus olhos piscaram,
E não me vi mais nele,
Veio o vazio,
O Silêncio,
Caminhos metafóricos para lugar nenhum
O espaço inócuo,
Sem manisfesto, sem vida
Sem formas, sem cor...
sem cor...
sem cor...
sem cor...
Só a falta, a lácuna
A vontade reprimida
O Preto
O Preto
O Preto
A ausência de vida.
A ausência de vida.
Durmo num pesadelo acordado
Com sentidos distorcidos,
O sonho dos sonâmbulos
Me vejo sem cor,
Transparente, invisível
No meio de tantas cores
No meio, sem você.
Só a falta, a lácuna
A vontade reprimida
O Preto
O Preto
O Preto
A ausência de vida.
A ausência de vida.
Um dia nos teus olhos
Vi a luz que iluminava meus passos
como um sussurro ao vento
Tão leve quanto o proprio ar,
Me levava sem direção,
Hoje estou cego,
Cego.

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